domingo, 23 de junho de 2013

"A Queda dum Anjo" de Camilo Castelo Branco

  • Sobre o livro
A Queda dum Anjo de Camilo Castelo Branco
2011, Tugaland
250 páginas
  • Sobre o autor
Camilo Castelo Branco nasceu em Lisboa a 1825 e morreu em Vila Nova de Famalicão em 1890. A sua atribulada e romanesca vida deram lugar à inspiração para as suas obras, tendo conseguido viver do que escrevia. Durante a sua adolescência, leu os clássicos portugueses e latino, ao mesmo tempo que vivia a vida transmontana. As suas obras mais famosas são Amor de Perdição e A Queda dum Anjo. Aos 65 anos de idade, cego pela sífilis e consequentemente incapacitado de ler e escrever, suicida-se com um tiro de revólver. Assinou também com nomes como Manoel Coco, Saragoçano, A.E.I.O.U.Y, Árqui-Zero ou Anastácio das Lombrigas.
  • Sobre a história
"Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, morgado de Agra de Freimas, tem hoje 49 anos, por ter nascido em 1815, na aldeia de Caçarelhos, termo de Miranda". Assim começa este romance de Camilo Castelo Branco, dando a conhecer o nosso protagonista.
 
Calisto é o homem exemplar: ávido conhecedor dos clássicos, das leis e dos livros eclesiásticos, traje modesto e semblante antigo, apesar de ter quarenta e quatro anos, religioso e o mais importante e que caracteriza este homem: tradicional. Calisto Elói defende com garras e unhas o tradicional, repugnando o moderno (a cidade).
 
Visto Calisto ter uma oratória tão bem treinada, aconselham-no a ir à Câmara a Lisboa, achando que ele faria os políticos mudarem de ideias quanto ao destino do país; talvez ainda existisse esperança com uma pessoa como Calisto.
Como o título indica, o Anjo cai. Calisto é absorvido pela ganância, vaidade e corrupção da cidade, perdendo os seus valores e se enamorando de mulheres (Calisto era casado, não por amor, mas por conveniência). A cidade absorve-o.
 
"Calisto Elói, aquele santo homem lá das serras, o anjo do fragmento paradisíaco do Portugal velho, caiu."
 
E deixa todos o seus valores para trás, dando lugar a um novo homem, apesar de corrompido pela sociedade citadina, com os seus pecados, ignorância e vida mundana.
 
"Na qualidade de anjo, Calisto sem dúvida seria mais feliz; mas, na qualidade de homem a que o reduziram a paixões, lá se vai concertando menos mal com a sua vida".
  • Classificação
3.5/5

1 comentário:

  1. Concordo com a tua intrepretação. E não há dúvida que o título diz muito sobre a obra: o anjo, que representa a pureza do mundo rural, corrompido pela cidade e pela política.
    Li este livro há muitos anos, quando era estudante, pelo que vou ter de relê-lo. Mas é muito divertido mesmo...

    ResponderEliminar